A construção civil é um dos setores que mais movimenta a economia, mas também é responsável por gerar uma quantidade expressiva de resíduos. Quando não recebem o destino adequado, esses materiais provocam sérios danos ambientais, como poluição do solo, contaminação da água, entupimento de sistemas de drenagem e aumento da pressão sobre aterros sanitários já sobrecarregados. O descarte irregular de resíduos da construção civil não é apenas um problema de gestão urbana, mas uma questão ambiental que exige atenção e soluções inteligentes.
Você já parou para pensar na dimensão desse impacto? De acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), a construção civil está entre os setores que mais contribuem para a geração de detritos no país. O levantamento Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024 revelou que em 2023, o Brasil produziu cerca de 44 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD), também conhecidos como resíduos da construção civil (RCC).
O dado representa uma redução de 1,3% em relação a 2022, marcando o segundo ano seguido de queda na geração desses materiais. Essa diminuição foi percebida em todas as regiões do país, sendo a região Norte a que registrou a maior redução, com 3,8% a menos de RCD gerados. Já o Sudeste manteve-se como o maior responsável pelo volume total, respondendo por 51% de todo o resíduo produzido, enquanto a região Norte teve a menor participação, com apenas 3,7% do total nacional.
O que são resíduos da construção civil?
Os resíduos da construção civil (RCC), também chamados de resíduos de construção e demolição (RCD), são materiais descartados em obras, reformas, reparos e demolições de edificações, além de atividades como escavações de solo e pavimentação. Eles incluem sobras de concreto, tijolos, metais, plásticos, gesso, madeira e até o solo proveniente de movimentações de terra. Apesar de parecerem apenas “entulho”, esses resíduos têm grande impacto ambiental quando descartados de forma incorreta, podendo poluir solos, águas e sobrecarregar aterros sanitários.
Classificação dos RCCs
Para organizar e padronizar o gerenciamento desses resíduos, a Resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou critérios e categorias específicas. Essa norma estabelece as responsabilidades dos geradores e orienta o destino adequado de cada tipo de material. Os RCCs são classificados em quatro classes principais:
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Classe A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, incluindo concreto, tijolos, blocos, telhas e solos de escavação.
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Classe B: materiais recicláveis para outras destinações, como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso.
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Classe C: resíduos que ainda não possuem tecnologia ou aplicação viável para reciclagem, devendo receber destinação ambientalmente adequada.
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Classe D: resíduos perigosos oriundos da construção, como tintas, solventes, óleos, amianto e materiais contaminados.
descarte incorreto dos resíduos da construção civil
O descarte incorreto dos resíduos da construção civil e demolição afeta o meio ambiente de diferentes maneiras:
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Poluição do solo: restos de cimento, tintas, solventes e metais pesados comprometem a qualidade da terra e podem inviabilizar seu uso futuro.
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Contaminação da água: detritos descartados em locais inadequados acabam chegando a rios, lagos e lençóis freáticos.
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Aumento do risco de enchentes: o acúmulo de entulhos em terrenos baldios e bueiros dificulta o escoamento da água da chuva.
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Excesso de aterros lotados: a grande quantidade de resíduos pressiona áreas de disposição final e acelera o esgotamento de espaços.
Esses impactos revelam que o problema não se limita ao aspecto visual das cidades, mas afeta diretamente a saúde pública e a qualidade de vida da população.
Boas práticas para gestão de resíduos
A gestão sustentável dos resíduos da construção civil (RCC), também conhecidos como resíduos de construção e demolição (RCD), é crucial para minimizar impactos ambientais e melhorar a eficiência das obras. Quando tratados de forma inadequada, esses materiais podem gerar poluição do solo, assoreamento de rios e aumento das emissões de CO₂.
De acordo com o Green Building Council Brasil, a construção civil responde por aproximadamente 40% das emissões globais de gases de efeito estufa, consolidando-se como um dos setores mais poluentes do planeta.
Esses números impressionam e mostram a gravidade do impacto da construção civil no meio ambiente. Embora a mudança não seja simples, com práticas sustentáveis é possível melhorar gradualmente esses índices e tornar o setor mais responsável.
Portanto, adotar boas práticas para gestão de resíduos na construção civil é fundamental para reduzir esses impactos ambientais e otimizar recursos no canteiro de obras. Entre as ações mais eficazes estão a separação correta de cada tipo de resíduo, facilitando o reaproveitamento e a reciclagem. Reestruturar as rotinas logísticas, garantindo transporte e destinação adequados.
Aplicar recursos em equipamentos de reciclagem e reaproveitamento de materiais, transformando entulho em insumo para novas obras. Qualificar a equipe, promovendo a conscientização e o uso eficiente dos recursos e acompanhar de forma contínua a gestão de resíduos, utilizando indicadores de desempenho e relatórios para aprimorar os resultados. Essas práticas fortalecem a sustentabilidade, reduzem custos operacionais e ainda valorizam a imagem da construtora no mercado.
Soluções tecnológicas para reduzir o desperdício
A boa notícia é que a tecnologia já oferece caminhos para transformar esse cenário. Entre as principais soluções, estão:
Reciclagem e reaproveitamento de resíduos: concreto, madeira e metais podem ser processados e reinseridos em novas construções.
Materiais sustentáveis: uso de insumos reciclados ou com menor impacto ambiental, como tijolos ecológicos e concretos alternativos.
Gestão inteligente de resíduos: softwares e plataformas digitais auxiliam no monitoramento do descarte, promovendo maior controle e transparência.
Modelagem da Informação da Construção (BIM): ferramenta que permite planejar obras de forma mais eficiente, reduzindo erros e desperdícios de materiais.
Concluir destacando a importância da gestão sustentável na construção civil é essencial para alinhar o setor às metas globais de clima e sustentabilidade. A redução de resíduos, o reaproveitamento de materiais e a adoção de tecnologias de baixo carbono não apenas diminuem custos e impactos ambientais, mas também fortalecem a competitividade das empresas em um mercado cada vez mais exigente. Apostar em inovação e responsabilidade ambiental transforma o canteiro de obras em um espaço mais eficiente, seguro e comprometido com o futuro do planeta.
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