Apesar da crise, o setor espera um crescimento de 1,6% para 2018, e um melhor aproveitamento dos recursos pode ser a diferença entre sobreviver à crise e se manter lucrativa ou ficar pelo caminho.
Os canteiros de obras brasileiros têm vários problemas persistentes e que atrapalham a competitividade do setor, como desperdício, controle deficiente de prazos e processos, e, finalmente, problemas diversos relacionados com gestão de compras e relacionamento com fornecedores.
A gestão de compras e fornecedores é fundamental para o sucesso de uma construção, mas continua sendo uma face bastante negligenciada na construção civil. Apesar de parecer uma tarefa burocrática, é o planejamento e a administração eficiente de compras e fornecedores que garante a otimização dos gastos e aumento da eficiência.
Reduzir custos e cumprir prazos
Não importa se a empresa faz pequenas obras ou grandes construções, eficiência é a chave para a lucratividade. Neste caso, é preciso investir em processos que garantam que as compras de materiais, previstas ou emergenciais, sejam realizadas com fornecedores confiáveis que pratiquem preços competitivos.
Parece óbvio, mas isso nem sempre acontece nos canteiros de obras do Brasil, principalmente por causa de situações imprevistas e a má gestão dos recursos.
Por isso, exceto em casos de aumentos de custos e prejuízos econômicos conjunturais, a condução dos processos de compra de forma apropriada, a utilização correta de tecnologias de gestão de compras, bem como a criação de estratégias para lidar com fornecedores de matérias-primas, pode fazer a diferença para nunca mais estourar o orçamento e cumprir os prazos.
O primeiro passo para atingir estas metas é automatizar os estoques. A utilização de tecnologia para melhorar os processos ainda enfrenta bastante resistência no setor da construção civil, mas o uso de softwares de gestão certamente vai dar mais tranquilidade operacional para a obra.
Tecnologias para melhorar a eficiência
A automatização dos processos de abastecimento de uma obra é uma necessidade, e deve estar totalmente integrada entre os demais setores. Todos os profissionais deve estar integrados, incluindo os setores de planejamento,
No lado da gestão de fornecedores, a adoção de um sistema de cotação eletrônica de produtos e a criação de um banco de dados atualizado de fornecedores vai dar ao administrador melhores condições de tomar decisões assertivas e eficientes.
É muito fácil ficar refém de um fornecedor, e qualquer eventualidade, seja a baixa oferta de um material ou o controle da distribuição de uma matéria-prima na região, pode acarretar em um aumento substancial do preço, encarecendo a obra.
Mas com a criação de um banco de dados de fornecedores atualizado é possível ter uma carteira diversificada de fornecedores, obtendo valores mais competitivos e um processo de cotação mais ágil.
Além disso, o uso de uma plataforma de e-procurement é vital para a melhor gestão de fornecedores, permitindo que as compras de um negócio para outro sejam feitas a partir de informações válidas e bem-estruturadas sobre qualidade e preço.
É preciso ser estratégico!
Além das tecnologias de gestão, o pensamento estratégico pode ser um ótimo aliado da gestão de compras na construção civil.
Qualquer dona de casa ou empreendedor sabe que pesquisar e negociar por melhores preços e condições de pagamento é a chave para manter as contas sempre no azul. No dia-a-dia da obra, no entanto, a compra de materiais e a contratação de serviços passa, muitas vezes, por fatores emocionais e conjunturais, o que pode prejudicar a competitividade.
Mesmo utilizando ferramentas tecnológicas, é preciso ter estratégias para a contratação de um fornecedor, e o preço não é o único fator a ser considerado. É preciso negociar prazos de entrega para cada etapa do projeto, as condições de pagamento de cada item e conhecer a reputação do fornecedor.
Usar uma plataforma de e-procurement não é a única forma de fazer este tipo de análise, e, dependendo do setor, pode não ser a mais indicada. Conversar com outros gestores de obra e buscar informações sobre produtos e a terceirização de serviços pode ser uma boa informa de colher dados para a tomada de decisões.
Outra boa alternativa é a construção de parcerias com fornecedores, a longo prazo e por várias obras. Isso pode ser uma solução para baratear as compras e garantir melhores prazos de pagamento.
Processos eficientes garantem melhores resultados
Dois processos específicos podem incrementar a competitividade nos processos de compras de forma significativa: o controle rigoroso de produtos e a utilização de materiais melhores. São situações de extrema importância e que devem ser definidas ainda na fase de planejamento da obra.
O primeiro processo essencial diz respeito à manutenção de um controle rigoroso das entradas e saídas de produtos, e pode ser realizado através da integração de diversos sistemas, como o uso de projeção de demanda, cálculos automatizados de uso dos materiais, rastreamento de materiais através de identificação por radiofrequência e, por fim, através de processos de fiscalização do uso destes materiais no canteiro de obras.
A segunda estratégia primária é a utilização de materiais com um bom custo-benefício, e isso passa pela valorização da área de suprimentos como um setor estratégico essencial.
A aquisição de materiais de baixo custo não pode ser a prioridade, é preciso que exista um equilíbrio entre a qualidade e o preço, principalmente para evitar problemas futuros devido à baixa qualidade dos materiais, como processos judiciais.
A reputação de uma empresa da construção civil é definidora do seu valor de mercado, e a qualidade do serviço prestado e do bem entregue fala diretamente sobre a qualidade do trabalho realizado.
Valorizar o processo de compras é aumentar a lucratividade, e, no fim do dia, é isso que vai permitir a construção de um futuro para qualquer empresa.