Quais as etapas essenciais no processo de elaboração do orçamento de obras civis?

Toda empreitada na construção civil começa com o orçamento, pois se diferente for, as chances de prejuízos e gastos não previstos são grandes. Portanto, ele é o instrumento de fixação do preço base de uma obra, a partir dele todas as outras etapas são iniciadas. Desta forma, tendo definido sempre o preço final dos orçamentos para as mais diferentes finalidades, a empresa se mantém competitiva no mercado. Afinal, compreende-se se é viável realizar o trabalho e quais os riscos possíveis de aparecer.

Por isso, o orçamento deve seguir um grupo de normas que coadunam com as especificações e orientações da Engenharia, da Arquitetura, da Administração e da Contabilidade. De forma que a ABNT NBR 16633, reúne os padrões para a sua realização. Se não houver delimitado o preço-base correto antes do início das obras, o negócio pode enfrentar grandes riscos para a sua conclusão. Todos os gastos devem ser previstos e calculados ainda no planejamento.

Para que seja desenvolvido um bom planejamento e, consequentemente, o mais rigoroso planejamento, deve haver o conhecimento integral de todas as etapas e funções de uma obra. Desde o prazo máximo de execução, até a qualidade dos materiais empregados, passando pela logística da obra e contratação de colaboradores qualificados, todas estas questões precisam ser detalhadas, porque um orçamento confiável é aquele que foi elaborado por importante que o profissional ciente das informações necessárias. Portanto, vamos compreender um pouco mais sobre as etapas da realização de um orçamento para obras civis.

Os três tipos de orçamento para uma obra civil e suas especificações

O primeiro destaque, diz a respeito das três classificações que um orçamento de obra civil pode ter. A diferença entre eles, de forma superficial, está na fase em que o projeto se encontra. Assim, ele pode ser somente uma estimativa de custo ou ganhar um status mais formal, como um orçamento preliminar e, então, chegar à fase de orçamento analítico.

Em relação ao que é feito na estimativa de custos, trata-se mais de uma avaliação aproximada dos custos relativos ao projeto, do que um orçamento em si. Para a sua elaboração, é observado os projetos anteriores edificados na mesma região em que a nova obra irá acontecer. Também pode ser baseado nas tabelas que são desenvolvidas pelas empresas públicas ou privadas para construções que compartilhem o mesmo porte e características.

Entretanto, é importante estar frisado que esse orçamento ajuda a compreender o quanto será gasto, porém o seu grau de confiança é bem baixo. O mais utilizado nessa ocasião é o Custo Unitário Básico – CUB. Através dele, o valor médio por metro quadrado de cada estado é obtido por meio de coleta dos valores praticados pelas construtoras.

Quanto ao orçamento preliminar, existe um grau de detalhamento um pouco maior em comparação com a estimativa de custo, uma vez que agora são acrescentadas as quantidades e os primeiros custos gerais. Então, já entra aqui, por exemplo, a quantidade de tijolos que será gasto ou mesmo a espessura das lajes de concreto. Os números referentes aos gastos passam a serem reais, coletados diretamente no mercado. Orienta-se os materiais e prevê a quantidade de mão de obra necessária para a execução.

Por fim, o orçamento analítico, que é o mais detalhado e formal de apresentação de todos os custos relacionados à edificação. Cada um dos serviços e etapas ganha uma prospecção dos gastos, de forma discriminada que vai além da delimitação das quantidades de materiais, mas também dos equipamentos e profissionais diretamente responsáveis. Portanto, é preciso ter o conhecimento sobre os custos diretos e os custos indiretos. Ele é o mais preciso e essencial quanto há o escopo do projeto desenvolvido e aprovado para iniciar.

Levantamento do valor unitário e dos custos indiretos

Para realizar o levantamento das quantidades de materiais que serão utilizados na construção, primeiro deve reunir os projetistas. Engenheiro e arquitetos apresentam o projeto e a base de cálculos relacionados a eles. Mesmo de posse dessas quantidades, o departamento de contabilidade precisa observar se estão relacionados também os demais serviços necessários, os indiretos, que devem estar quantificados.

A partir desse levantamento de quantidades, os responsáveis pela obra saberão quais são as etapas, os grupos de força de trabalho, o tempo de execução etc. Do tipo de gesso utilizado para os tetos às plantas do projeto paisagístico, tudo estará previsto, nada pode passar. O que leva ao próximo passo, que é a Composições de Preços Unitários – CPU, que é montagem dos custos de cada serviço que será executado na obra.

Todos os serviços possuem suas composições unitárias, o que é primordial conhecer para ter um orçamento real e justo em gastos. Se os projetistas avaliaram que existe a necessidade de ter 10m³ de concreto para as cintas da fundação, o passo seguinte está em relacionar no orçamento esse serviço. Daí, então, é feita a discriminação de todos os materiais necessários para construir 1m³ de concreto, que é o preço unitário. Assim, depois é multiplicado pela extensão da cinta necessária.

Para além dos materiais, existem outros tipos de custos envolvidos no projeto de uma obra civil, os gastos indiretos também precisam ser previstos e devem ser quantificados. Não há dúvidas de que cada construção tem as suas características específicas, principalmente as que dizem sobre a localização da obra, a segurança dos profissionais que trabalham nela e da edificação em si, também os gastos de alimentação, energia elétrica, dentre outros. Tudo deve estar envolvido e previsto na planilha.

Junto com os cálculos sobre as despesas, também deve ser realizada a montagem do BDI, que significa bonificações e despesas indiretas. Pega-se o valor das despesas indiretas em um percentual em relação ao custo direto da obra, para então inserir no BDI o percentual do lucro e dos impostos que incidem em uma obra. Contudo, é importante salientar mais uma vez que cada obra tem as suas características, portanto ter um BDI fixo no orçamento pode gerar um erro fatal. Para não haver erros, o contabilista deve indicar na planilha o custo do serviço unitário, como o preço de venda, que será o custo com a incidência do valor de seu BDI.

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